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15 DE OUTUBRO – DIA DO PROFESSOR (JORNAL CORREIO DOS LAGOS)

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Escolher uma profissão que traga satisfação, retorno financeiro e acima de tudo contribua com a sociedade, é o desejo de qualquer pessoa que busca, através dos estudos, uma profissão. As irmãs Aline Gomes Godoy, 29 anos, e Nicolle Gomes Godoy, 25 anos, escolheram dedicar os dias, e muitas vezes as noites, a preparar aulas, corrigir provas, enfrentar salas cheias, mas sempre com o sorriso no rosto e a convicção que escolheram ser professoras por amor e além de tudo, ambas são professoras de Matemática.

 

Filhas de Marilete Pereira Gomes Godoy e Luiz Irineu Godoy, as irmãs sempre foram dedicadas aos estudos e apenas uma tia na família que é professora de Português, porém a convivência não é diária para dizer que foram influenciadas.

 

Aline lembra que sempre gostou de Matemática. “Essa era a disciplina que eu ia melhor na escola. Lembro de um episódio que marcou: era dia de prova de Matemática e só eu atingi a média, isso me incentivou a continuar, e sempre foi uma área que eu tive facilidade”, comenta Aline, enfatizando, também, que quando fez o ENEM tinha as opções de Psicologia e Matemática, porém conseguiu bolsa do Prouni na área das exatas e foi onde ingressou e viu que tinha feito a escolha certa, pois demonstra no olhar o amor pela profissão. Aline concluiu a faculdade em 2010, no ano de 2011 começou a trabalhar no município de Anita, porém se efetivou no estado de Santa Catarina, lecionou na cidade de Palmeira por 1 ano até conseguir a transferência para a Escola de Educação Básica Pe. Antônio Vieira em Anita. Há quase um ano deixou a sala de aula e está auxiliando na direção da escola e, de acordo com ela, está conseguindo ver o outro lado da escola e da educação. “Estou conhecendo outros problemas que antes eu não tinha ideia que existiam”, comenta a professora que tem especialização na área da Física e pensa em cursar um mestrado futuramente.

 

A filha do meio de três irmãos, Nicolle, também sempre teve facilidade em aprender a Matemática e lembra que no ensino regular sempre ajudava os colegas quando tinham dificuldade. Quando finalizou o ensino médio, estava em dúvida que profissão escolher, queria algo que tivesse um campo de serviço e a faculdade não fosse muito cara, entre alguns cursos disponíveis, Nicolle optou pela Matemática visando a falta de professores para a área, também pensou que seria a mesma profissão da irmã que já estava concluindo a graduação, mas isso só ajudou ambas, e a decisão foi tomada no dia que foi fazer a matrícula na faculdade. Nicolle se formou em 2015, fez pós-graduação e atualmente está cursando a faculdade de Física, se efetivou no estado e atualmente leciona da Escola de Educação Básica Pe. Antônio Vieira em Anita Garibaldi e na Escola Otilia Ulysséa Ungaretti em Cerro Negro.

 

O amor pela Matemática é desde sempre, e elas não conseguem se ver em outra profissão, apesar do professor hoje ter seu trabalho pouco valorizado e casos de violência contra estes profissionais ser mostrados com frequência nas redes sociais e telejornais, elas veem a educação na cidade com respeito. “Temos situações específicas, mas ainda temos certa autoridade em sala de aula e temos o respeito dos alunos, porém acreditamos que os papéis estão invertidos, perdemos muito tempo em sala chamando a atenção, deixamos nosso objetivo que é ensinar de lado para muitas vezes ensinar valores que deveriam vir de casa”, comentam.

 

Principais desafios enfrentados em sala de aula

As irmãs acreditam que é a falta de motivação dos alunos. “Eles precisam ver que é importante estudar, e na nossa área não tem muito o que fazer principalmente com o ensino médio que é mais focado”, comenta Nicolle.

 

Aline fala da tecnologia, do celular que os alunos devem saber conciliar, saber utilizar para auxiliar nas pesquisas além do raciocínio lógico que muitas vezes eles não buscam entender e interpretar.

 

A maioria dos problemas de sala são familiares e, segundo elas, o apoio da família é essencial, mas está fraco. “É preciso que a família esteja acompanhando e saiba como está a educação de seus filhos, se os pais não cobram aí está o grande índice de reprovação dos alunos”, destacam.

 

Valorização salarial

As professoras destacam que para o tanto que trabalham, muitas vezes fora do horário, o que se recebe é pouco. “A maioria dos professores para ter uma renda razoável trabalha 50, 60 horas, é muito cansativo, pois a gente se dedica não só em sala, tem que preparar aula, corrigir prova, até temos as horas-atividade, mas muitas vezes não é suficiente”, lembram.

 

Apesar do salário não ser compatível com as funções desempenhadas, elas destacam que vale a pena ingressar na área da educação, mas lembram que como todas as outras profissões é preciso gostar do que faz, pois existem muitos professores que estão na educação não por amor e sim por uma opção mais fácil e não gostam do que fazem. Elas destacam também que quem puder estudar em uma faculdade presencial, o estudo é muito diferenciado das faculdades a distância. Nicolle está passando pelas duas experiências de cursar suas graduações uma presencial e outra à distância e destaca que o nível de aprendizagem não tem comparação. Ela acredita que se não tivesse um embasamento bom da graduação de Matemática, não iria conseguir fazer a graduação em Física a distância, pois muitas vezes o estudo e a dedicação que deveria ter, a distância não é possível, apesar dos professores serem muito bons.

 

Jornal Correio dos Lagos

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